Precificar um produto usando a metodologia do mark-up é um processo comum na vida de muitos lojistas, só que: e se nós te disséssemos há alguns riscos no mark-up?
Neste artigo, nós vamos falar exatamente sobre isso, os perigosos dessa metodologia no seu processo de formação de preços.
Mark-up: Uma metodologia simples e conhecida
O Mark-up é uma metodologia de precificação bastante conhecida que utiliza o custo do produto com base na formação do preço de venda.
É uma metodologia simples e que agiliza o processo de precificação, inclusive muitos ERP’s permitem precificar um produto usando o mark-up, mas há um problema grave.
Perigos da precificação por mark-up
Pode ser que neste momento você esteja ansiosa(o) para entender os perigosos dessa metodologia, afinal muito provavelmente ninguém jamais tocou neste assunto.
Por conta disso, quero que você tenha calma para entender o que queremos dizer com cada argumento a seguir e caso ainda haja dúvidas, você nos enviar os seus comentários ao fim do artigo.
O mark-up não representa o lucro da venda
Pode parecer um pouco óbvio o que estamos querendo dizer aqui, mas o fator multiplicador do mark-up não representa o lucro da sua venda.
É comum encontrar lojistas que falam: “Eu tenho 100% de lucro, 300% de lucro”
O que é errado na nossa visão, pois nenhum produto vendido gera um lucro maior que a própria receita do produto, concorda?
Em outras palavras, essa pessoa está dizendo que em comparação com o custo da mercadoria, o seu preço de venda é tantos por cento maior e é claro, ela confunde essa porcentagem com o lucro da venda.
Salvo as exceções que calculam um fator a partir das fórmulas do mark-up – outro perigo que irei comentar mais à frente.
A verdadeira margem de lucro de um produto é encontrada após a retirada de todos os custos variáveis do preço de venda e é nessas horas que descobrimos que a margem de contribuição do produto é 50%, 40%, 30%, 20%…
Portanto, essa empresa está tomando decisões com base nos números errados.
Leia Também: Qual é a diferença entre mark-up e Margem de contribuição
Rateio de custos fixos
Agora que nós entendemos a importância de analisar a margem de contribuição do produto que é precificado por mark-up, há um segundo ponto.
Quando você fizer o cálculo da margem de contribuição deste produto, você vai perceber que esse indicador será diferente da margem de lucro que você definiu ao calcular o fator do mark-up.
Isso acontece porque a fórmula do mark-up parte do pressuposto que você deve delegar um % do preço de venda para o pagamento das despesas fixas, um outro erro de precificação.
Neste artigo nós explicamos o motivo pelo qual você não deve ratear custos fixos no preço de venda.
Clareza dos indicadores financeiros
Se hoje alguém chegar para você e falar: “Eu tenho um mark-up de x5 na minha empresa”
Quais seriam as decisões que poderíamos tomar nessa frase? – Nenhuma, pois essa informação não nos diz nada.
A pessoa estaria apenas dizendo que os preços de venda são 5 vezes maiores que o custo da mercadoria, mas essas vendas deram lucro? Se sim, qual foi a margem?
Toda empresa possui indicadores financeiros capazes de ajudar o/a empresário(a) a tomar decisões e é claro, a precificação está diretamente ligada a esse processo.
Devemos parar de precificar por mark-up?
A resposta é Não.
Você precisa entender apenas que o fator multiplicador do mark-up não é sinônimo de performance.
Com isso não há nenhum problema em utilizar esse método de precificação, desde que entenda claramente a margem de contribuição unitária e total.
Na verdade, quanto mais métodos de precificação você utilizar no seu processo, menores são os riscos de precificar errado.
Você pode utilizar o mark-up e logo em seguida, apurar a margem do produto e entender se o mesmo está competitivo, por exemplo.
Para te ajudar a precificar corretamente os seus produtos, com visão da margem de contribuição, te convidamos a conhecer a nossa calculadora de formação de preços.
