O CMV ou Custo de Mercadoria Vendida é um dos principais recursos da contabilidade que ajudam a manter a segurança e visão da saúde financeira de um negócio.
Como você deve saber, gerir uma empresa é uma tarefa de grande responsabilidade.
E quando se trata da parte financeira, então, esse compromisso aumenta e fica ainda mais delicado.
Por mais que os serviços contábeis sejam executados por pessoas da área, é fundamental estar ciente sobre os cálculos mais necessários, como eles funcionam e por que são tão essenciais.
Neste artigo, vou explicar um pouco sobre o que é o Custo de Mercadoria Vendida, a sua importância, como calculá-lo e muito mais!
Você vai perceber que muitas vezes um cálculo simples pode salvar a sua organização de um grande desastre financeiro.
Compreenderá também que cada detalhe de receitas e despesas deve ser observado para, assim, se obter sucesso no empreendimento e uma boa gestão. Vamos lá!
O que é o CMV?
O CMV ou Custo de Mercadoria Vendida é o cálculo detalhado de todas as despesas obtidas durante o processo de venda de uma mercadoria.
No cálculo, incluímos os custos com produção, transporte, armazenamento e cada detalhe que antecede a sua venda.
Esse cálculo ajuda a ter uma visão correta sobre os gastos e lucros do negócio, além de ajudar você a decidir a melhor formação de preços para cada uma das mercadorias.
Qual a importância do CMV?
O CMV é fundamental, pois te dará a real noção do quanto você gastou para que o seu produto chegue na sua prateleira — física ou virtual.
Ao desprezar os detalhes desse processo, até os mais simples, perde-se em lucro…
Aliás, o simples fato de ocupar a prateleira já lhe gera custos para a organização e o CMV também abrange esse fato.
Sua importância está no fato de mostrar a realidade nua e crua para os gestores e, consequentemente, apontar os itens que precisam de revisão e adequação, para que não causem prejuízos em vez de gerar lucro.
A falta de cálculo do CMV pode ser extremamente nociva para a saúde do negócio. Ela é essencial.
A correta definição desse custo faz parte de uma gestão eficiente e segura.
O que preciso saber antes de calcular o CMV?
Para calcular corretamente o CMV, é preciso, antes de tudo, organizar corretamente o estoque e os insumos da sua empresa e manter essas listas atualizadas.
Isso porque, para chegar a um resultado correto, você precisará desses dados.
Inventário e controle de estoque
Identificação, contagem e classificação de todos os produtos disponíveis no estoque da empresa.
Ajuda não só a controlar a entrada e saída de mercadorias, mas a manter os pedidos dos clientes sempre disponíveis.
A organização é fundamental por vários motivos. O primeiro deles é que você consegue analisar o cenário, compreender o que está faltando ou sobrando e, assim, manter um fluxo de compras ideal — nem para mais, nem para menos —, fazendo o estoque girar e gerar lucros.
Em segundo lugar, a organização permitirá uma conta mais apurada do valor do CMV, já que esse cálculo depende de números de estoque, compras, vendas e devoluções.
Se você deseja entender como fazer isso, dê uma conferida no vídeo abaixo:
Existem algumas formas de fazer o controle de estoque e são elas:
Inventário Permanente
Já nesse caso, o estoque é contabilizado de forma contínua, sendo efetuada a baixa quando um produto é vendido, a soma quando um produto é comprado e até mesmo a volta quando um produto é devolvido.
Inventário Periódico
Nesse caso, o estoque é contabilizado de forma manual em períodos definidos de tempo, ou seja, fazemos a contagem presencial dos estoques.
Deixarei aqui, o nosso Guia Completo de Gestão de Estoque, ele conseguirá te ajudar nesse processo!
Como calcular o Custo de Mercadoria Vendida
Com o controle de estoque, custos e inventário organizado e atualizados, fica mais simples fazer o cálculo correto.
Para cada tipo de gestão de inventário, temos uma forma de calcular o CMV. Sendo assim, temos:
Calculando com o Inventário Periódico
CMV = Ei + C + EF
Onde:
- Ei = Estoque inicial;
- C = Compras;
- EF = Estoque Final.
Agora vamos fazer um exemplo na prática!
Exemplo do cálculo por inventário periódico
No começo do mês, você possui R$10.000 em mercadorias no seu estoque.
Ao longo desse período, seu setor de compras investiu mais de R$3.500 em mercadorias.
Depois de 30 dias, o estoque chega a R$500.
Aplicando esses números na fórmula, temos:
CMV = 10.000 + 3.500 – 500
Com esses valores, podemos dizer que o seu CMV é de: R$13.000.
Calculando com o Inventário Permanente
Já para esse caso temos:
CMV = EI + C + DC – DV – EF
Onde:
- Ei = Estoque inicial;
- DC = Devoluções de compras;
- DV = Devoluções de vendas;
- C = Compras;
- EF = Estoque Final.
Agora vamos fazer um exemplo na prática!
Exemplo do cálculo por inventário permanente
No começo do mês, você possui R$50.000 em mercadorias no seu estoque.
Ao longo desse período, seu setor de compras investiu mais de R$10.500 em mercadorias.
Infelizmente, cerca de R$2.000 em mercadoria que sua empresa comprou veio com defeito e você devolveu. E cerca de R$8.000 em mercadorias foram compradas, mas devolvidas.
Depois de 30 dias, o estoque chega a R$900.
Aplicando esses números na fórmula, temos:
CMV = 50.000 + 10.500 + 2.000 – 8.000 – 900
Com esses valores, podemos dizer que o seu CMV é de: R$ 53.600
Agora, descobrir o que é CMV dos seus produtos é fundamental para a composição de um outro cálculo que também é muito importante a margem de contribuição.
ENTENDA TUDO SOBRE CUSTOS
- Você sabe qual é a diferença entre custos diretos e indiretos?
- Redução de custos: como a gestão estratégica contribui nesse processo?
- Controle de custos: como utilizar esse recurso de maneira eficiente?
Qual é a relação da margem de contribuição com o CMV?
A margem de contribuição é o recurso (em dinheiro) que sobra da receita obtida por meio da venda das mercadorias.
Isso, claro, após retirar o valor dos custos diretos.
É importante acompanhar esse valor bem de perto para que não se corra o risco de cobrar menos do que o devido sobre a mercadoria e, assim, gerar prejuízos para o negócio.
Caso haja dúvidas em relação a sua margem, separei um exemplo prático no próximo tópico!
Cálculo da margem de contribuição utilizando o CMV
Para calcular a margem de contribuição, é necessário usar a seguinte fórmula:
MC = PV – (CMV+DV)
Onde:
- MC = Margem de Contribuição Unitária;
- PV= Preço de Venda Unitária;
- CMV = Custo de Mercadoria Vendida;
- DV = Despesa Variável Unitária.
Analisando um cenário fictício, por exemplo, onde sua empresa vende copos decorados:
- o preço do copo é R$7;
- você vendeu 500 copos no mês passado;
- o custo do copo (fornecedor) é de R$3;
- os impostos, juntos, somam 10%;
- as comissões da equipe de vendas 3%.
Nesse caso:
- receitas: 7×500 = 3.500
- custo mercadorias vendidas: 3×500 = 1.500
- despesas variáveis: (R$7 x 500 x 0,1) + (R$7 x 500 x 0,03) = 350+105 = 455
O cálculo da margem de contribuição fica, então, assim:
3.500 – (1.500+455) = 3.500-1955 =1.545
A margem de contribuição é R$1.545.
Calculando esse valor, é possível compreender se as suas vendas estão ou não sendo suficientes para reabastecer o estoque, pagar todas as despesas, comissões de vendedores e ainda oferecer lucro.
Lidar com o varejo é uma tarefa que exige muito esforço e dedicação; tanto para manter seus estoques em dia, atendendo às necessidades do cliente, quanto para acompanhar a entrada e saída de mercadorias.
Além disso, é preciso verificar os valores e trabalhar por uma precificação eficaz e lucrativa para a empresa.
Nesses momentos, um sistema de precificação pode lhe auxiliar!
Espero que este texto tenha te ajudado a não só entender o que é o CMV, mas tenha te auxiliado a calcular o custo de mercadorias do seu negócio.
Mas não acaba por aí, te convido a assistir o nosso Webinar de Precificação de Produtos!
No exemplo prático para o cálculo do CMV, o resultado correto seria R$ 13.000,00 ao invés de R$ 11.000,00.